A ocitocina: a hormona do amor, do parto e da ligação

ocitocina é uma das hormonas mais fascinantes do corpo humano — e nos mamíferos em geral. Embora seja mais conhecida como a hormona que desencadeia e regula o parto, a sua ação vai muito além disso.

Durante o trabalho de parto, a libertação de ocitocina atinge o seu ponto mais alto. Mas esta hormona também está profundamente envolvida em muitos comportamentos humanos: está presente nos momentos de afeto, prazer, ligação, empatia e confiança.

 Como a ocitocina actua no parto

A libertação natural de ocitocina pela mulher em trabalho de parto não pode ser totalmente controlada por tecnologia. No entanto, já se sabe que certos ambientes favorecem a sua produção. Quando a mulher tem privacidade, pouca interferência externa, silêncio, luz suave e segurança emocional, o corpo responde com contrações uterinas mais eficazes, indicando um aumento da ação da ocitocina no útero.

Por outro lado, ambientes agitados, barulhentos, excessivamente iluminados ou com demasiada gente e estímulos verbais ativam o neocórtex (a parte racional do cérebro), o que pode inibir a produção desta hormona e abrandar a progressão do trabalho de parto.

A hormona do amor, do prazer e da ligação

A ocitocina é também chamada de hormona do amor. É ela que nos faz querer estar perto de alguém, que promove a ligação emocional e o desejo de proximidade. É libertada durante o orgasmo, tanto no homem como na mulher, reforçando o vínculo entre parceiros. Nas mulheres, também promove contrações uterinas; nos homens, está associada à ejeção do sémen.

Mas os seus efeitos vão mais além das funções reprodutivas:

   •  Durante a amamentação, a ocitocina estimula a libertação do leite pelas glândulas mamárias;

   •  Contribui para uma sensação profunda de prazer, bem-estar e relaxamentona mãe;

   •  Atua no sistema límbico (a zona do cérebro ligada às emoções), promovendo a entrega instintiva ao bebé;

   •  Facilita o vínculo mãe-bebé, a capacidade de cuidar mesmo em momentos de cansaço, e a superação das dificuldades iniciais.

Este verdadeiro “cocktail hormonal”, libertado no parto fisiológico (ocitocina, endorfinas, adrenalina), contribui para um estado de alerta amoroso e ligação intensa. Qualquer interferência externa ou artificial pode alterar este equilíbrio e afetar a experiência emocional do parto.

 Uma hormona com impacto ético e social

Além do seu papel na maternidade e nas relações afetivas, estudos em neurociência revelam que a ocitocina está envolvida em comportamentos morais e sociais. Está associada à honestidade, empatia e altruísmo, sendo apelidada por alguns investigadores, como Paul Zak, de “a molécula da moralidade”.

 Como é produzida?

A ocitocina é produzida no hipotálamo e armazenada na neuro-hipófise, de onde é libertada para atuar tanto no cérebro como noutros órgãos. Embora já se saiba muito sobre os seus efeitos, a ciência continua a investigar como e por que razão o corpo a produz em determinados momentos.

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