Durante a preparação para o parto vai descobrir que alguns acessórios ou procedimentos poderão aumentar o seu conforto e aliviar a dor durante o trabalho de parto. Vai aprender a usá-los e descobrir quais são aqueles que poderão ajudá-la.
Verifique se a maternidade possui os equipamentos que acha que lhe serão úteis. Contacte a instituição para saber se é possível levar o seu próprio material, se assim o desejar.
BOLA DE PARTO
Toda atividade física durante o trabalho de parto é sempre muito bem-vinda.
Procure saber se vai precisar levar a sua bola para o hospital. Ela pode ajudar e muito. Sentar, rebolar ou executar movimentos em forma de oito durante as contrações, podem ajudar a aliviar as dores e facilitar a descida do bebé pois ocorre um relaxamento na região lombar e alongamento do assoalho pélvico.
Ao liberarmos a tensão dos músculos dessa região, melhoramos a circulação sanguínea e os impulsos nervosos; por consequência, há um favorecimento do trabalho de parto de maneira geral. Pode também ajoelhar-se no chão ou na cama, abraçar a bola contra o peito e jogar o corpo para frente apoiando os ombros e peito na bola, pode ser extremamente relaxante para a sua região lombar e até abdominal.
Para sua informação, existe a bola certa para cada estatura:
– Se você tiver até 1,60m de altura: bola de 55cm de diâmetro;
– Entre 1,60m e 1,73m: bola com 65cm de diâmetro;
– Mais de 1,73m de altura: bola com 75cm.
E é melhor que ela não esteja totalmente cheia pois poderá diminuir a sua sensação de segurança e atrapalhar os exercícios.
BOLA AMENDOIM
A bola amendoim é assim designada porque se assemelha à casca de um amendoim e a sua forma central mais estreita permite à grávida envolve-la com as pernas. Pode ser usada em bloco de partos no primeiro e segundo estadio do trabalho de parto, o que que significa que tanto pode ser usada tanto na dilatação como nos esforços expulsivos. É uma preciosa ajuda para aquelas mulheres que não querem ou não podem sair da cama e, a sua utilização permite modificar os diâmetros da pelves materna, facilitando a passagem do bebé, diminuindo os desconfortos inerentes ao trabalho de parto, reduzindo o tempo deste e diminuindo a probabilidade de partos instrumentados ou cirúrgicos.
BOLACHA OU DISCO DINÂMICO
São usados nas salas de parto quando a gestante perdeu a capacidade de se deslocar no chão, devido à epidural. Usado com a grávida sentada ou deitada, com as nádegas sobre o disco, permite alguns movimentos pélvicos, auxiliando o relaxamento dos ligamentos na libertação do cóccix e consequentemente aumentando o diâmetro da bacia.
BANCO DE PARTOS
O banco de partos é um facilitador do parto uma vez que permite que a grávida em trabalho de parto adote uma postura mais verticalizada o que vai facilitar o período expulsivo.
Não é um banco como outro qualquer uma vez que este é aberto na frente para permitir total liberdade do osso do cóccix e da bacia.
Além disso, a grávida pode ter o acompanhante ou outra pessoa significativa a suportar-lhe as costas, onde pode receber uma massagem relaxante ou de alívio.
Parir no banco de parto, permite á grávida, ser ela a receber o bebé, se assim o desejar.
HIDROTERAPIA (PISCINA/ CHUVEIRO)
O parto na água não é uma novidade, uma vez que remonta à Grécia Antiga.
A água é usada como um veículo que proporciona um enorme sentimento de relaxamento físico e emocional, extrema leveza, além de facilitar a mobilidade da mulher. A imersão em água, está relacionada com uma redução significativa da dor e do desconforto durante todo o trabalho de parto, reduzindo a necessidade de analgesia epidural. Parece que ela encurta a fase de dilatação. As mulheres que tiveram parto na água apresentam maior preservação do períneo.
O banho quente promove o relaxamento da musculatura diminuindo a dor, além de dilatarem os vasos sanguíneos e melhorar a circulação e oxigenação dos tecidos. Parece que o relaxamento materno devido à imersão em água morna favorece uma maior elasticidade dos tecidos pélvicos, reduz a sensação dolorosa de contrações e diminui o número de intervenções obstétricas, como fórceps ou ventosas, episiotomias e ocorrência de traumas perineais graves (uma vez que não são praticados os puxos dirigidos que são causas de traumatismos perineais).
A água pode ser usada nas diversas fases do trabalho de parto e, dentro da mesma a mulher está menos exposta a manipulações e exames o que provocará menos dor.
Em Portugal, o acesso à imersão em água durante o trabalho de parto e o parto, nas instituições de saúde, ainda é bastante limitado e ainda não há consenso em relação ao período expulsivo acontecer dentro da água. Contudo não há evidência de haver aumento de efeitos adversos para a saúde da mãe e do feto.
O bebé pode ou não nascer dentro de água, mas é necessário que a mãe esteja dentro de uma piscina, submersa até ao nível das mamas, quando na posição de sentada.
Num parto na água, não é possível administrar analgesia epidural porque pode dificultar os movimentos das pernas e não ser possível à grávida suportar o seu próprio peso, movimentar-se, entrar ou sair da piscina. Também porque, o local da inserção do cateter epidural é uma porta de entrada para os microrganismos que estão na água, derivados da pele, fluidos vaginais, etc. Além disso, no caso de analgesia epidural, a mãe terá que estar ligada a monitores, sendo necessária a colocação de um cateter endovenoso numa veia para o soro e talvez uma algália no meato urinário, o que seria incompatível com um parto na água.
Se pretende ter um parto na água, inicialmente deve fazer uma preparação específica para tal e, procurar equipas que disponibilizem os meios e cuidados necessários.
BARRAS/ ESPALDAR
As barras são acessórios usados como apoio para a mulher se sustentar. Agarradas às barras, as grávidas têm toda a pelve livre para poderem mobilizarem-se mais facilmente. Deste modo auxiliam a descida e o encaixe do bebé.
Também são usados os espaldares, que são várias barras presas na parede (tipo degraus de uma escada de trolha) que facilitam o alongamento e agachamento. Oferecem conforto, algum alívio das dores com o alongamento e facilitam o posicionamento do bebé, ao proporcionarem uma maior atividade durante o trabalho de parto.
REBOZO
O rebozo é uma peça de tecido mexicana usada por muitas mulheres durante a gravidez e o parto, com o objetivo de ajudar as grávidas a relaxar, quer seja no pré, intra ou mesmo o pós-parto. Durante a gravidez o rebozo pode ser usado com várias finalidades:
- Fazer massagem e aliviar o desconforto lombar;
- Auxiliar no início de trabalho de parto, através de movimentos/massagens mais enérgicas podendo inclusive promover encaixe do bebé na pelve;
- Mobilizar o bebé dentro da cavidade uterina, quando há posições anómalas;
- Alívio do desconforto das contrações uterinas no trabalho de parto;
- Oferecer conforto/calor/aconchego à grávida;
- Sustentar a grávida quando em posição de cócoras;
- Soltar tensões e rigidez corporal.
Não existem contraindicações absolutas para o uso desta peça multifacetada. Contudo, é necessário ter conhecimentos de anatomia e fisiologia da mulher. Também é de frisar que o uso do rebozo é desaconselhado em gravidezes de risco e se houver rotura de membranas com apresentação fetal alta, pelo risco de prolapso do cordão.
CORDAS/ PANOS PARA SUSTENTAÇÃO
As cordas ou panos estão geralmente presos no teto das salas de parto. São também usados como apoio para sustentar a mulher que procura ter a pelve completamente solta para se mover em liberdade total.
A pelve livre e em movimento é uma ajuda preciosa para a descida e encaixamento dos bebés, além de aliviarem a dor e ajudarem no relaxamento da mulher.
AROMATERAPIA
Desde há milhares de anos atrás, em diferentes lugares do mundo, têm sido utilizadas plantas aromáticas com fins medicinais e cosméticos.
Na gravidez e parto os óleos essenciais podem ser usados para alívio de alguns sintomas incómodos. São usados também na indução do trabalho de parto. Durante este podem ser auxiliares preciosos no alívio da dor e como relaxante para aliviar o stress e a ansiedade.
Os óleos essenciais usados devem certificados e só podem ser usados/indicados por especialistas em aromaterapia.
MASSAGEM
Durante o trabalho de parto, a massagem poderá ser uma aliada poderosa, que acalma a mãe, alivia o cansaço e transmite segurança, carinho e força. As fibras nervosas presentes na pele carregam os impulsos nervosos gerados por meio desse contato até o cérebro, aliviando dores e tensões principalmente na fase latente do trabalho de parto.
Se gosta de massagem, combine com o seu acompanhante para que este possa fazê-la.
Use um óleo vegetal biológico. Poderá associar aromaterapia se associar um óleo essencial com poderes relaxantes como p.ex. a Lavandula angustifólia. Mas atenção que a qualidade do óleo é muito importante (veja se o mesmo é certificado) e o tipo de óleo a ser usado faz toda a diferença.
Pode usar também uma bola de ténis e faça movimentos circulares nas costas (ombro e lombar).
Pode ser feita pelo acompanhante ou por qualquer outra pessoa disposta a mimar a mulher nesta hora tão importante na sua vida.
CROMOTERAPIA
As evidências científicas indicam que a cromoterapia é uma importante terapia complementar referida para a redução da dor ou desconforto na dilatação e controle da irritabilidade no trabalho de parto. Consiste de uma técnica através de aplicação de cores não só pelo uso de aparelhos luminosos, mas até mesmo pela cor do fardamento do pessoal. Se repararem as cores mais frequentes a nível do fardamento dos profissionais de saúde a nível dos Blocos é a cor verde e azul.
Então, o Azul é relaxante, tem uma função analgésica e durante o trabalho de parto auxilia na vocalização durantes as contrações.
O Verde significa tonicidade, aumenta o desempenho do sistema circulatório, reduz tensões, é calmante para o sistema nervoso simpático, ou seja, é revigorante sinónimo de tranquilidade e equilíbrio. Durante o trabalho de parto pode acalmar mas sem desacelerar o processo.
Por seu lado, o Indigo é uma cor que simboliza intuição e compreensão, no trabalho de parto auxilia no processo de aceitação e adaptação.
BOLA DE MASSAGEM
Pode usar também uma bola de massagem e faça movimentos circulares nas costas (ombro e região lombar). Pode ser feita pelo acompanhante ou por qualquer outra pessoa disposta a mimar a mulher nesta hora tão importante na sua vida.
MUSICOTERAPIA
A música pode oferecer momentos de grande satisfação, relaxamento e uma maior tolerância a todo o processo do trabalho de parto. Ajuda a diminuir o stress, reduz a fadiga, promove uma sensação de tranquilidade e segurança. Mas atenção, para algumas mulheres a música pode ser um elemento perturbador.
Se for o seu desejo, durante a gravidez, selecione melodias que possam promover sensações de bem-estar, relaxamento e que produza uma boa energia.
A partir do 3º trimestre da gravidez deverá fazer sessões de relaxamento com a sua seleção musical para ir treinando. Se gosta de dançar, poderá escolher algumas músicas “mais mexidas” (ou às vezes, mais lentas). Os movimentos, assim como pausas de relaxamento são ambos bem-vindos durante o trabalho de parto (dependendo da fase).
Sabe-se que a primeira leitura que fazemos do mundo que nos rodeia, é definida pelos sons, assim acreditamos que a música tem um papel primordial no controlo e alívio da ansiedade e do stress. Pode ter música ambiente previamente escolhida por si. Deve para tal, trazer a sua “playlist” que a poderá acompanhar para o Bloco Operatório se cesariana programada.
SACO DE SEMENTES AQUECIDO/ BOLSA ÁGUA QUENTE
O calor quando aplicado em algumas regiões estratégicas promove conforto e algum alívio da dor.
TAPETE YOGA
É perfeitamente conhecido os benefícios que a Yoga pode trazer para a gravidez, parto e pós-parto. A Yoga, entre outras coisas, melhora a flexibilidade do corpo, aumenta o tónus muscular e a oxigenação da mãe e do bebé; ajuda a diminuir a ansiedade e o stress, a aumenta a serenidade e confiança em si própria. Facilita a assimilação das mudanças da gravidez e auxilia na preparação a todos os níveis, sem medo, para o nascimento e maternidade.
A prática de Yoga na gravidez proporciona autoconhecimento, concentração, energia e confiança na intuição e instinto. Ajuda a descobrir que a força para a gestação, o parto e para cuidar do bebé, vêm de dentro.
Portanto, se é praticante de yoga e acha que esta prática poderá ajudá-la durante o trabalho de parto, questione a equipa do hospital onde vai ter o seu bebé se poderá levar o seu tapete ou se o hospital tem tapetes disponíveis.
ACUPUNTURA
A acupuntura é uma técnica milenar com origem na região da atual República Popular da China, baseada no princípio do equilíbrio de Energia Vital (Qi) e Sangue (Xue) que circulam pelo organismo e pode ser usada para alívio da tensão, indução e aceleração do parto.
Esta técnica não altera os níveis de consciência materna, permitindo o seu envolvimento durante todo o processo de parto, melhorando, com isso, a interação mãe-filho, principalmente logo após o parto; liberta endorfinas, e melhora os processos fisiológicos ou metabólicos de mãe e feto; por ser minimamente invasiva, não impede o uso de outras técnicas de analgesia;
Portanto, a acupuntura é uma opção viável economicamente e ao que tudo indica, é uma técnica que, até o momento, parece segura já que não há registro de efeitos colaterais na sua aplicação.
HIPNOSE/ HYPNOBIRTHING
Quando falamos de hipnose, a primeira coisa que nos vem à mente são aqueles programas de auditório com cenas engraçadas, como p.ex. pessoas a imitar animais… Estas imagem contribuíram para a criação de mitos e crenças acerca do seu uso. A verdade é que atualmente, com a evolução da tecnologia conseguimos fazer uso desta ferramenta com muita segurança.
A hipnose é uma sugestão, ou um conjunto de sugestões que a pessoa aceita e é capaz de ser influenciada por esta(s) sugestão(ões).
O Hypnobirthing é um método de hipnose orientada para o trabalho de parto usado para resgatar a simplicidade do mesmo. São trabalhados o medo e a dor. Ajuda a mãe a livrar-se dos medos, a estar consciente para o parto de forma positiva e alegre. Este método valoriza o que há de belo no parto e procura desvalorizar a parte difícil como as contrações que são chamadas de “ondas” que vão e que veem.
O curso poderá ser iniciado a partir do 2º trimestre da gravidez.
ACUPRESSÃO
A acupressão é um método alternativo para alívio da dor usado pela Medicina Tradicional Chinesa. Possui os mesmos princípios da acupuntura: manter o equilíbrio de energia nos diversos canais que circulam pelo corpo – os chamados meridianos – que estão ligados a algum órgão alvo, mas sem o uso de agulhas. Os estímulos são feitos através das mãos e dedos em pontos específicos ou em algumas circunstâncias, combinando esses pontos para alcançar um efeito maior no alívio da dor ou para proporcionar um estado de relaxamento.
Há relatos que a acupressão pode diminuir a dor e encurtar o tempo da primeira fase do trabalho de parto. Portanto, pode ser uma alternativa não invasiva a ser utilizada como meio de obter melhoria na qualidade do atendimento às parturientes.
TENS (estimulação nervosa)
A estimulação elétrica transcutânea (EET) é um método coadjuvante não farmacológico e não invasivo utilizado no alívio da dor do trabalho de parto. Ele consiste em aplicar elétrodos na região lombar da gestante no momento do trabalho de parto. Estes elétrodos geram estímulos elétricos de baixa tensão (a sensação é de formigamento local) que podem inibir o envio dos estímulos dolorosos para a medula espinhal.
O alívio das dores pode ser sentido em média vinte minutos após a colocação do aparelho. A intensidade dos estímulos pode ser controlada pela grávida. Parece que o TENS também pode promover a produção de endorfinas, causando uma sensação de bem-estar.
Nem todas as mulheres podem usar o TENS. Algumas contra-indicações são: mulheres que usam pace-maker, aquelas que têm arritmias cardíacas, dores não diagnosticadas e alergias de contato
Durante a realização da cardiotocografia ou outros equipamentos que utilizam corrente elétrica para o diagnóstico, a TENS pode alterar os resultados.