As intervenções

Qualquer intervenção feita durante e após o seu trabalho de parto deve ser baseado nas evidências científicas e não devem ser usadas por rotina. O uso indiscriminado de certos procedimentos dos mais simples ao mais complexo, poderá desencadear uma cascata de intervenções em que uma intervenção leva a outra e mais outra… elevando progressivamente o nível de complexidade dos procedimentos e o risco obstétrico e perinatal.

As pesquisas mostram que a adoção de procedimentos desnecessários ou inadequadamente utilizados, como amniotomia precoce, infusão endovenosa de ocitocina, imobilidade e analgesia, estão enraizadas em convicções empíricas dos profissionais, sem que existam claras evidências dos benefícios de seu emprego e podem alterar o curso fisiológico do parto.  A sua adoção indiscriminada na assistência ao parto pode levar a complicações, que por vezes exigem a realização de cesariana para preservar o bem-estar materno-fetal.

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Tricotomia

A tricotomia é o corte dos pelos corporais.

Não há benefício neste procedimento (por rotina) e pode até aumentar o risco de infeção, pois torna a pele mais frágil e menos eficaz no seu papel de barreira aos microrganismos.

Se preferir, poderá realizar a depilação prévia, em casa, se a fizer sentir bem e a deixar mais confortável.

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Enema de limpeza intestinal

É a aplicação de uma solução no intestino, através do ânus, para que o seu conteúdo seja eliminado em seguida. A sua realização não dá certeza absoluta de que não há saída de fezes durante o parto, podendo mesmo aumentar a probabilidade de isto acontecer pois aumenta a fluidez das mesmas. Poderá efetuar este clister de limpeza em casa se isto a deixar mais confortável.

Há cada vez menos instituições que têm esta prática por rotina.

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Acesso venoso/ punção de veia (com ou sem administração de soros)

O objetivo é ter um acesso venoso para administração de soro ou medicamentos, caso seja necessário. Alguns serviços iniciam soros a todas as grávidas, outros apenas deixam o cateter na veia para o caso de ser necessário.

Numa gravidez de baixo risco, este procedimento não é essencial, desde que compreenda que na eventualidade de uma emergência (rara neste contexto), poderá demorar um pouco mais a administrar- medicação endovenosa, por ter que cateterizar a veia nesse momento.

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Algaliação

A sonda de Foley (algália) é usada para manter a bexiga sempre vazia, quando não conseguir urinar espontaneamente (às vezes pode acontecer depois da epidural). A bexiga cheia pode ser um obstáculo à descida do bebé.

Em alguns serviços a sua colocação faz parte do protocolo da epidural para analise do volume urinário.

Nos partos por cesariana a algaliação é feita para controle do débito urinário (funcionamento do rim) que poderá não ser o ideal por razões relacionadas à anestesia, tensão arterial entre outras.

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Aceleração do trabalho de Parto

Enquanto ambos estiverem bem (mãe e bebé) e o trabalho de parto estiver a evoluir, não haverá necessidade de acelerar o trabalho de parto. Assim, poderá parir a seu tempo, sem pressa e sem pressões.

Antigamente existia uma “fórmula” aplicada a todas mulheres que relacionava a velocidade da dilatação com as horas em que a mulher estava em trabalho de parto. Atualmente este conceito está em desuso, pois cada mulher evolui no seu ritmo. A UNICEF lançou uma campanha para o trabalho de parto cujo slogan é “Quem Espera, Espera” alertando para aguardar a hora que o bebé escolhe para nascer.

O tempo do trabalho de parto é importante para o amadurecimento final do feto, havendo a liberação de substâncias, como os corticosteroides, que agem, p.ex.  nos pulmões do bebê, promovendo a sua maturação assim como de outros órgãos.

A dilatação não é o único indicador de que o trabalho de parto está a evoluir. Deve-se estar atento também à posição e grau de progressão do bebé através do canal de parto. Não adianta estar com a dilatação completa e a cabecinha do bebé estar ainda alta, fora da bacia.

Um ambiente de tranquilidade e segurança oferecido durante todo o processo do parto auxilia na progressão do trabalho de parto uma vez que sabemos que, ao ficarmos stressadas, vai ocorrer libertação de adrenalina que por sua vez pode retardar a progressão do trabalho de parto ao inibir a ocitocina e diminuírem as contrações uterinas.

Mas, existem algumas situações, como p.ex a rotura prolongada das membranas com risco de infeção, poderá estar indicado acelerar o trabalho de parto.

Pode também acontecer em algumas situações, que ao fim de muitas horas de trabalho de parto você poderá estar exausta ou ainda, se a bolha d’água já tiver rompido há muitas horas, poderá solicitar, ou ser-lhe oferecida, a opção de indução ou aceleração do trabalho de parto com uso de ocitocina ou prostaglandina.

É importante que as escolhas sejam feitas de maneira consciente e informada.

Acelerar um trabalho de parto pode ser feito com o uso de ocitocina e/ou rotura artificial das membranas.

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Rotura Artificial de Membranas (RAM)

Na gravidez, o feto fica envolvido em membranas dentro do útero, que contém um líquido produzido inicialmente pelo corpo da mãe e a partir do 4º mês, pelo bebé. Esse líquido, entre outras funções, tem efeito de proteção ao equalizar a pressão sobre o bebé, o que resulta em menor pressão na cabeça e no colo do útero.

A RAM, também chamada de amniotomia é indicada por alguns com o objetivo acelerar o trabalho de parto ou quando se deseja analisar as características do líquido amniótico, uma vez que quando o líquido tem mecónio (líquido esverdeado), em 1/5 dos casos pode ser indicador de algum compromisso do bem-estar fetal.

Ao rompermos a bolha de água, a barreira entre a vagina contaminada e a cavidade uterina estéril desaparece. Isso pode aumentar o risco de infeção e criar um limite de tempo para o parto.

Existe ainda um risco de prolapso) – esta situação constitui uma emergência obstétrica.

A RAM, como qualquer outro procedimento, devem ter avaliados os riscos e benefícios da sua realização para tentarmos perceber se os últimos superam os primeiros.

Quando não se rompe as membranas artificialmente, elas, na grande maioria dos casos, acabam por romperem-se espontaneamente. Quando raramente isso não acontece, os bebés nascem dentro da bolsa d’água – chamado de parto complicado (acontece 1 em 90.000 partos).

A amniotomia, como qualquer outro procedimento, só deve ser realizada após o seu consentimento.

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Antibiótico

Existem certas situações em que o uso de antibiótico está protocolado nos diferentes serviços durante o trabalho de parto para prevenir ou tratar infeção, como por exemplo, na rotura prolongada da bolsa d’água, na presença da bactéria Estreptococos B na vagina/reto da grávida.

Os protocolos podem variar de hospital para hospital.

Por outro lado, o uso de antibiótico pode alterar o ecossistema vaginal e, o bebé ao passar pela vagina poderá não entrar em contacto com toda a flora que habitualmente ali existe, levando a uma diminuição do estímulo da sua imunidade.

Estudos mostram que o bebé ao entrar em contacto com a sua flora vaginal, será colonizado pela mesma o que trará vantagens ao estímulo da sua imunidade e melhor adaptação à vida extrauterina, quando comparados aos bebés que nascem de cesariana eletiva.

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Análises

Normalmente são feitas, durante a gravidez um conjunto de análises em cada trimestre. Quando é admitida na maternidade para ter o seu bebé, algumas vezes é necessário a colheita de sangue para a realização de alguma análise eventualmente em falta. Durante o trabalho de parto, nos casos de rotura prolongada da bolsa d’água, febre materna também pode rá ser necessário a realização de análises para rastreio de eventual infeção.

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