A placenta é um órgão cuja função é alimentar e oxigenar o feto, produzir hormonas da gravidez e também atua como uma barreira protetora entre mãe e feto.
Após o nascimento do bebé ela é expulsa (a expulsão da placenta é chamada de dequitadura ou secundamento).
A placenta é um órgão envolto em crenças e misticismos e teve sempre um papel importante em diversas culturas, dispondo geralmente de rituais para o seu tratamento após o parto. Por motivos culturais e religiosos, alguns povos enterram a placenta. Há quem a coma através de batidos ou cozinhada, há quem prefira plantá-la com uma árvore, há quem a utilize para fazer um print numa folha de papel e depois emoldurar, há quem faça cápsulas de placenta para ir tomando ao longo do pós-parto. Nos países orientais é usada na cosmetologia e para fins medicinais.
Em Portugal e na grande maioria dos países ocidentais, a placenta é incinerada.
A Organização Mundial da Saúde recomenda que “as Instituições de saúde devem preservar o direito das mulheres parirem em instituições, de decidirem sobre a sua roupa e a do bebé, sobre a alimentação, o destino da placenta e outras práticas culturalmente significantes”
E o que acontece se quiser levar a sua placenta consigo?
Em Portugal ainda não existe uma legislação própria que regule esta matéria. Existe sim um parecer do Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida (CNECV), que entende que a decisão sobre o destino da placenta cabe aos progenitores, evidenciando o respeito pela autonomia, consentimento livre e esclarecido, liberdade de consciência, religião e culto, e evidenciando também “a qualidade humanista dos cuidados de saúde e a capacidade das organizações para lidar com novas questões socioculturais”. Porém, este tema não é linear, uma vez que esta decisão deve equacionar a segurança e saúde pública. Tal significa que havendo risco de infeção através da placenta, esta deverá ser eliminada ou incinerada em contexto hospitalar.
