A ocitocina é a principal hormona responsável pelo parto nos mamíferos e muito mais. É bem verdade que é durante o parto, que a libertação de ocitocina alcança o seu ápice, mas esta hormona tem muitas outras funções. Inúmeras pesquisas estão a acontecer em todo o mundo e cada vez mais se sabe sobre a importância da ocitocina e sobre os comportamentos humanos que desencadeiam a sua libertação.

A secreção de ocitocina pela mulher, durante o trabalho de parto, é uma ação pouco controlada pela tecnologia. Contudo, o que se observa é que se  garantirmos privacidade à mulher em trabalho de parto, escassa interferência externa,  promoção da intimidade, ambiente obscurecido e silencioso, odores suaves entre outras coisas, verificamos o aumento da intensidade das contrações uterinas, o que sugere  um incremento da ação desta hormona nas fibras musculares do útero.

Por outro lado, estímulos que despertem o neocórtex – porção do cérebro responsável pelo raciocínio complexo dos humanos – como p. ex. barulho, ambiente iluminado, com muitas pessoas, conversas… diminuem a velocidade da progressão do trabalho de parto, provavelmente por diminuição na produção e/ou libertação de ocitocina.

A ocitocina é a hormona do amor e é ela que faz com que uma pessoa se sinta atraída por outra, a deseje, sinta vontade de ficar com ela, de estar perto. É também a hormona da fidelidade, responsável pela capacidade de manutenção de um só parceiro.

É a hormona das relações, que torna a pessoa capaz de se entregar a outra, de se agrupar, de socializar.

A ocitocina é a hormona do prazer e é libertada durante o orgasmo, tanto feminino quanto masculino. Na mulher promove contrações uterinas e no homem contração dos ductos seminíferos e ejeção do sêmen.

Mas a ação da ocitocina no cérebro humano vai além das funções reprodutivas. Na maternidade, conecta mães e bebés através da amamentação, pois é fundamental na libertação de leite pelas glândulas mamárias, é responsável pela profunda sensação de prazer e relaxamento materno, pois a ação desta reflete-se no sistema límbico do cérebro (relacionado com as emoções). É por isto que as mamíferas se entregam aos bebés de uma maneira tão instintiva durante o período de lactação.

O efeito da ocitocina também interfere na relação mãe/bebé, na sua capacidade de entrega, de se ligar ao recém-nascido, de vencer o cansaço e o sono. Desta forma, a enxurrada de hormonas que a mulher produz durante o trabalho de parto, parece ser essencial neste arranque inicial na vida do binómio mãe/bebé.

Além disto, muito do prazer descrito pelas mulheres após o parto está relacionado com a cascata de hormonas como endorfina e adrenalina, que são produzidos sinergicamente com a ocitocina, numa espécie de dança fisiológica, onde qualquer interferência exógena pode afetar a sua perfeição.

É a hormona do altruísmo, da honestidade. Pesquisas no campo das neurociências revelaram que a ocitocina é a responsável pela ética nos negócios, por isto chamada de “A molécula da moralidade” por Paul Zack, autor de best seller sobre o tema.

O grande mistério que envolve esta hormona diz respeito à sua produção e libertação. Sabe-se que ela é produzida pelo hipotálamo e armazenada em pequenas vesículas na neuro-hipófise, de onde é libertada para atuar, tanto no cérebro como noutros órgãos. Muito se tem estudado sobre fatores que influenciam a produção e libertação de ocitocina na corrente sanguínea, mas ainda existem muitas dúvidas.

 

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