Alívio da dor

São usados medicamentos quer por via oral, intramuscular, endovenosa ou inalatória (óxido nítrico) e ainda num espaço da coluna (epidural).

Estes medicamentos podem interferir no decurso do trabalho de parto, uns porque podem restringir a mobilidade, outros porque interferem com as contrações uterinas (o que obriga ao uso da ocitocina sintética).

Por vezes, a analgesia de parto por epidural, consegue não só um bloqueio da dor, mas também o bloqueio motor, que dificulta ou te impede de caminhar.

Nestes casos a sensibilidade em relação aos esforços expulsivos fica diminuída, aumentando o número de partos instrumentados (ventosas e fórceps).

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Analgesia Epidural

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Todas as sensações de frio, calor, dor, pressão… são enviados ao cérebro através dos nervos. Estes, vindos de cada segmento do nosso corpo vão se juntar na medula. A medula está envolvida por um “saco” com três camadas chamadas meninges: a dura-máter, mais exterior, a aracnoide, intermédia, e a pia-máter, que cobre intimamente todas as estruturas nervosas. As meninges estão sobrepostas umas as outras e delimitam diferentes espaços, sendo que dois são os espaços que nos interessam: o espaço epidural, mais exterior, entre as paredes do canal vertebral e a dura-máter, e o espaço subaracnoídeo, situado após a membrana aracnoide, e que é caracterizado por estar preenchido com o líquor que “banha” todo o sistema nervoso. É ao nível destes dois espaços que o anestesista vai atuar, injetando os fármacos para obter a analgesia. Na anestesia epidural, os fármacos são injetados no espaço epidural, logo, sem perfurar qualquer das meninges. Se for injetado no espaço subaracnoideu, chamamos de raquianestesia.

Antes de realizar a analgesia deverá assinar um consentimento informado que lhe será fornecido pelo seu médico.

Vai ser-lhe pedido que adote a posição deitada de lado ou sentada, de acordo com a preferência do anestesista que em seguida vai proceder à desinfeção das costas. Atenção, a sua ajuda é muito importante para facilitar o trabalho do médico e diminuir o risco de falhas.

É colocado um campo esterilizado e o anestesista, através da palpação, vai identificar o espaço entre as vértebras que deverá colocar uma agulha para chegar até ao espaço epidural e assim passar o cateter por dentro dessa agulha que depois será retirada ficando somente o cateter. Às vezes encontrar o espaço ideal pode não acontecer à primeira, não se preocupe, procure adotar a postura solicitada.

Depois de o cateter estar no sítio, é fixado com adesivo e já está. A função do cateter é permitir o acesso contínuo ao espaço epidural para que novas doses de anestésicos sejam dadas sempre que necessário.

De acordo com a intensidade da dor podemos fazer mais ou menos doses. É importante perceber que quanto maior a dose, maior a possibilidade de acontecer um bloqueio motor o que a vai impossibilitar de se mobilizar. Portanto, algumas vezes, poderá ter que decidir se prefere sentir algum incómodo, mas ter a possibilidade de se mobilizar sempre ou não ter qualquer sensação de desconforto, mas ser obrigada a ficar na cama uma vez que foi instalado o bloqueio motor.

A melhor altura para realizar a epidural é quando a mãe solicita, pois, os efeitos desejados e indesejados são exatamente os mesmos, quer seja feita com 1 como com 10 cm de dilatação. Numa fase mais adiantada do trabalho de parto quando estiver provavelmente mais agitada, a sua colaboração poderá não ser a ideal e o anestesista poderá optar por não fazer a epidural por não considerar seguro.

Se o trabalho de parto evoluir para uma cesariana o próprio cateter epidural poderá ser utilizado para “aprofundar” a anestesia e ser possível a cesariana.

A analgesia epidural está contraindicada nos casos de infeção localizada ou generalizada e quando existem alterações na coagulação do sangue ou quando a grávida apresenta um desvio importante da coluna tornando a técnica de difícil ou até impossível execução

A analgesia loco-regional é uma técnica médica invasiva, e como qualquer outra técnica não é isenta de riscos. É importante o conhecimento desses riscos, para que possa tomar a sua decisão de maneira consciente.

Apesar da epidural promover um alívio substancial do desconforto no parto, 1 em cada em 20 casos esta analgesia não é suficiente. Ou porque o cateter se deslocou, ou o bebé está numa posição capaz de exercer alguma pressão sobre as estruturas pélvicas e esta pressão é difícil de eliminar mesmo com a epidural ou porque existem zonas de “janelas”, em que o anestésico não consegue penetrar corretamente sendo impossível uma analgesia completa e eficaz.

Segundo os últimos estudos, a analgesia loco-regional não aumenta a probabilidade do seu parto ser por cesariana. A probabilidade de um parto por via vaginal instrumentado, ou seja, com recurso a ventosa ou fórceps, é ainda discutível.

Esta técnica não irá aumentar o tempo da primeira fase do seu trabalho de parto, a fase de dilatação do colo do útero, mas poderá aumentar a duração da segunda fase do trabalho de parto, a fase expulsiva, principalmente se perder a sensação de puxo.

Após a epidural, poderá haver uma hipotensão transitória às vezes associada a náuseas e vómitos e ainda diminuição da perfusão útero-placentar que poderá ser corrigida com administração de soro.

Pode acontecer também dificuldade no esvaziamento da bexiga uma vez que pode não ter a sensação de bexiga cheia. Alguns hospitais, algaliam por rotina as grávidas que recebem uma analgesia epidural. No entanto, a colocação de uma algália na bexiga pode limitar ainda mais a capacidade de a grávida se movimentar e também aumenta o risco de infeção urinárias. Nestes casos, a vigilância e o esvaziamento pontual da bexiga (com uma sonda semelhante à algália, mas que é retirada após a saída da urina) é muitas vezes suficiente. Numa situação destas, caso a queiram algaliar e não o deseje, poderá discutir as várias opções com o seu médico.

A ocorrência de náuseas, vómitos, prurido (comichão) e raramente dor de cabeça também podem ocorrer.

Muito raramente poderão ocorrer lesões neurológicas transitórias ou permanentes, hematoma epidural, meningite ou infeções do sistema nervoso central. Poderá ainda ocorrer depressão respiratória e cardiovascular, com necessidade de outras intervenções clínicas mais invasivas.

Em relação ao bebé não foi demonstrado que a vitalidade, reflexos do bebé ou necessidade de reanimação após o nascimento estejam aumentados significativamente quando a mãe recebeu este tipo de analgesia durante o parto.

 

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Óxido Nítrico

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O óxido nítrico, protóxido de nitrogênio, ou protóxido de azoto, também conhecido como gás hilariante ou gás do riso (porque provoca uma sensação de bem-estar) é usado há mais de um século. Apresenta propriedades anestésicas e é muito popular em países como Canadá, Suécia e Inglaterra, mas ainda pouco usado em Portugal.  É uma opção a mais para as mulheres em trabalho de parto menos invasiva e com menos riscos que uma anestesia como a epidural.

O gás usado no trabalho de parto é uma mistura com o oxigénio (metade oxido nitroso e metade oxigénio) e é a própria mulher que controla quando e por quanto tempo necessita usar.

Após ser inalado, o gás alcança os pulmões e vai rapidamente para o sangue e ruma em direção ao sistema nervoso central. A ação do gás é no córtex cerebral, região relacionada aos sentimentos de medo, ansiedade e autocensura. Acredita-se que ele reduza as transmissões nervosas no córtex.

Alguns estudos mostram que o acido nitroso não parece reduzir a dor de uma maneira importante, mas ele é capaz de proporcionar um estado de espírito em que os pacientes se concentram menos na dor que estão sentindo.

Vantagens
  1. É uma opção segura à epidural
  2. Oferece à mulher a possibilidade de estar sempre no controle do seu parto, inclusive no controle da dor pois é ela quem determina quando e quanto inalar
  3. Não altera as alterações hormonais fisiológicas que acontecem ao longo do trabalho de parto (“dança das hormonas”)
  4. A sua administração é simples e segura, não requerendo, na maior parte dos casos, supervisão médica.
  5. Não tóxico
  6. Ajuda a reduzir a ansiedade e o medo
  7. Rápida eliminação do gás da corrente sanguínea
  8. Não apresenta complicações pós-parto
  9. Não provoca hepática e renal
Desvantagens
  1. Náusea
  2. Tonturas
  3. Vómitos
  4. Sonolência.
  5. Tem a eficácia da epidural pelo que algumas mulheres acabam por solicitar a epidural

“O gás do riso, ou hilariante, produz uma suave depressão numa região do cérebro relacionada aos sentimentos e à autocensura. Ao inalá-lo, a pessoa entra num estado de relaxamento e felicidade, podendo mesmo rir à toa. A sensação é parecida à de quando se exagera um pouco na bebida”

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